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Monitoramento remoto de barragens gera discussão sobre segurança

As tragédias de Mariana e Brumadinho reacenderam o debate sobre a segurança das barragens, um terreno bastante pantanoso. Existem no Brasil pouco mais de 24 mil reservatórios e represas, segundo relatório de 2017 da Agência Nacional de Águas, órgão do governo federal. Destas, apenas 780 passaram pela vistoria de “algum órgão de fiscalização”, pouco mais de 3% do total.
“Precisamos de ações efetivas, e não de medidas emergenciais. A segurança dos cidadãos, em seu sentido mais amplo, deve ser uma política de Estado. Isto vale para tudo: segurança pessoal, de pontes, viadutos e barragens”, comenta o geólogo Renato Eugenio de Lima, professor da Universidade Federal do Paraná e coordenador do Centro de Apoio Científico em Desastres, conhecido pela sigla Cenacid. No Paraná, a situação de risco permanente está mais do que evidenciada.

Na chamada Bacia do Iguaçu, em uma extensão de, aproximadamente, 300 quilômetros, estão instalados nove reservatórios de usinas distribuídos em cascatas ao longo dos rios Iguaçu e Jordão, que somam, em volume de água, 70 bilhões de metros cúbicos. Para se ter uma ideia da dimensão desse número, o reservatório da barragem de Brumadinho era de 12,7 milhões de metros cúbicos. Apesar do elevado risco, a maior parte desse sistema é monitorada à distância, por meio da teleassistência.

Para o diretor da Associação de Operadores de Usinas, Subestações e Sistemas (Apous) e coordenador da Intersindical dos Eletricitários do Sul do Brasil (Inter-sul), Sérgio Vieira Fonseca, existe um alto risco potencial associado ao grande volume d’água armazenado na bacia. “Se levarmos em consideração a distribuição desses reservatórios, um na sequência do outro, em um mesmo rio, qualquer ocorrência de desastre pode tomar dimensões incontroláveis”, diz o dirigente, “podendo atingir, inclusive, parte da Argentina e do Paraguai, uma vez que esses cursos são afluentes do Rio Paraná, que percorre essas regiões.”

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Audiência Pública sobre a segurança das barragens de Santa Catarina na ALESC.

APOUS dando a sua contribuição no debate sobre importante tema.
“Não foi um acidente, tampouco fatalidade, mas erro na operação e negligência no monitoramento da barragem.”
Tragédia de Mariana- 2015.

Audiência Publica sobre segurança em barragens na Assembleia Legislativa do Paraná.

APOUS e INTERSUL participando, no dia 12/03/19.